domingo, 17 de maio de 2009

Planejamento urbano voltado à acessibilidade ao transporte público Urban planning directed to acessibility of Public transport

Última matéria explorando os conceitos de Vauban. Este último pode ser usado no assentamento de famílias de baixa renda na região metropolitana de Belo Horizonte.

Na Europa, alguns governos estão pensando em escala nacional. Em 2000, o Reino Unido deu início a uma iniciativa ampla no sentido de reformar o planejamento urbano, desencorajando o uso de carros ao exigir que os novos projetos habitacionais fossem acessíveis por transporte público. “Os módulos urbanos relativos a empregos, compras, lazer e serviços não devem ser projetados e localizados sob a premissa de que o automóvel representará a única forma realista de acesso para a grande maioria das pessoas”, afirma o
PPG 13, o documento revolucionário de planejamento, lançado pelo governo britânico em 2001. Dezenas de shopping centers, restaurantes de fast-food e complexos residenciais tiveram a licença recusada com base na nova regulamentação britânica.

Na Alemanha, um país que é a pátria da
Mercedes-Benz e da Autobahn, a vida em um local onde a presença do automóvel é reduzida, como na pequena comunidade de Vauban, tem o seu próprio clima diferente. A área é longa e relativamente estreita, de forma que o bonde que segue para Freiburg fica a uma distância relativamente curta a pé a partir de todas as casas. Ao contrário do que ocorre em um subúrbio típico, aqui as lojas, restaurantes, bancos e escolas estão mais espalhadas entre as casas. A maioria dos moradores, como Heidrun Walter, profissional de mídia e mãe de dois filhos, possui carrinhos que são rebocados pelas bicicletas para fazer compras ou levar as crianças para brincar com os amigos. Para deslocamentos a lojas como a Ikea ou às colinas de esqui, as famílias compram carros juntas ou usam automóveis arrendados comunitariamente pelo clube de compartilhamento de automóveis de Vauban. Walter já morou - com carro privado - em Freiburg e nos Estados Unidos. “Se você tiver um carro, a tendência é usá-lo”, diz ela. “Algumas pessoas mudam-se para cá, mas vão embora logo - elas sentem saudade do carro estacionado em frente à porta”.

Vauban, local em que se situava uma base do exército nazista, ficou ocupada pelo exército francês do final da Segunda Guerra Mundial até a reunificação da Alemanha, duas décadas atrás. Como foi projetada para ser uma base militar, a sua planta nunca previu o uso de carros privados: as “ruas” eram passagens estreitas entre as instalações militares. Os prédios originais foram demolidos há muito tempo. As elegantes casas enfileiradas que os substituíram são construções de quatro ou cinco andares, projetados de forma a reduzir a perda de calor e maximizar a eficiência energética. Elas possuem madeiras exóticas e varandas elaboradas; casas isoladas das outras são proibidas. Henk Schulz, um cientista que em uma tarde do mês passado observava os três filhos pequenos caminhando por Vauban, lembra-se com entusiasmo da primeira vez que comprou um carro. Agora, ele diz que está feliz por criar os filhos longe dos automóveis; ele não tem que se preocupar muito com a segurança deles nas ruas.

Fonte: Elisabeth Rosenthal, de Vauban (Alemanha) para The New York Times, 12/05/2009, no Uol; extraído do site da
BHTrans.

Last article exploring Vauban's concepts. This last one can be used on low income families settlement specially in outskirts Belo Horizonte.

Some governments in Europe are taking decisions in national scale. United Kingdom in 2000 launched a big attitude in the way to rebuild urban planning, discouraging use of car and demanding accessibility through public transport from new residential projects. "The urban modules on jobs, shops, entertainment and services musn't be thought and placed taking car as only true option of access for most of people", according to the PPG 13, The Planning Policy Guidance 13 Document, launched by british government on 2001. Many malls, fast-food restaurants, and residential complexs had their license denied based on the new british regulation.


Life is different in a place where there is a low number of cars such as Vauban community, in Germany, home of Mercedes-Benz and the autobahn. The shape of Vauban is long and fairly narrow, in this way the tram that takes to Freiburg passes on a small broadly same distance by foot from all houses. In an opposite way of a typical suburb, shops, restaurants, banks and schools are more spread between houses. Most of residents, such as Heidrun Walter, media professional and mother of two, own vehicles towed by bycicles to shopping or taking childrens to play with friends. For big shops like Ikea or skiing on the hills, families buy cars together or share cars leased by the whole community in the name of Vauban's Cars Sharing Club. Walter lived - with a private car - in Freiburg and in the States. "If you've got your own car, it's very easy to use", she says. "Some people move to here, but soon they go away - they miss their car parked in front of house".


Vauban takes place where there was a nazist military base, it has been occupied by french army from the later moments of World War II until Germany's reunification, two decades ago. As it was thought to be a military base its design has never been planned for use of cars and building are close to each other. Streets were narrow passsages between buildings. The original building had been demolished a long time ago. The elegant queued houses that replaced them have four or five floors, thought to save heat. They have exotic woods and complex balconies; detached houses are forbidden. Henk Schulz, a scientist that during an afternoon was observing his three young kids walking along Vauban, remembers excited the first time he bought a car. Now he says he is happy for rising their children away from cars; he has no reason to worry about their security on the streets.

Reference: Elisabeth Rosenthal, from Vauban (Alemanha) for The New York Times, 12/05/2009, on Uol; taken from BHTrans website.

3 comentários:

  1. Bom artigo. Só faltou ressaltar a experiência de Bogotá nesse sentido.

    ResponderExcluir
  2. Rafael,

    obrigado pelo comentário. Bogotá é um ótimo exemplo na América do Sul. Vou trazer uma matéria sobre a experiência deles em breve!

    Aguarde!

    ResponderExcluir
  3. Recentemente, essa matéria foi veiculada na Folha de São Paulo, e isso mostra que o assunto está despertando a curiosidade de todos, o que irá contribuir, de certa forma, para um debate maior, para a discussão dos rumos da mobilidade nas grandes cidades brasileiras.

    ResponderExcluir