sexta-feira, 29 de maio de 2009

BH poderá ter transporte rápido por ônibus BH may have bus rapid transit


Embarque feito em nível e pagamento antecipado reduzirá tempo gasto com transporte. Modelo de transporte de baixo investimento que já é usado em Bogotá e São Paulo pode ser uma alternativa para Belo Horizonte.

Mais uma tentativa para desafogar parte do caótico trânsito de Belo Horizonte começou a ganhar força na sexta-feira (27/02), com a abertura de licitação para a elaboração de estudos técnicos e projetos executivos de um novo sistema de transporte rápido por ônibus nas avenidas Antônio Carlos e Pedro I. A medida prevê um sistema que diminua o tempo de viagem, numa pista exclusiva. O passageiro pagaria a passagem antes de embarcar, em plataformas que serão construídas. As propostas serão entregues no dia 1° de abril e o prazo para a elaboração do projeto vencedor será de nove meses. A expectativa da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTRANS) é que as intervenções sejam iniciadas em fevereiro de 2010. Especialistas elogiam a iniciativa, mas fazem ressalvas em alguns pontos.

Diariamente, cerca de 70 mil veículos circulam pela Avenida Antônio Carlos e outros 60 mil pela Pedro I. De acordo com o gerente de Coordenação de Mobilidade Urbana da BHTRANS, Rogério Carvalho, será necessário adaptar a pista central, dedicada aos ônibus, que terão uma velocidade muito próxima da praticada no metrô. “Com os novos pontos de parada e as estações, vamos permitir que as pessoas gastem menos tempo no transporte”. Segundo ele, o pagamento seria feito como no metrô, com o usuário pagando antes de entrar no veículo. O embarque seria feito em nível e, para isso, seria preciso construir plataformas em que as pessoas entram no ônibus sem precisar subir ou de descer.

Ainda de acordo com Carvalho, o sistema já funciona em Curitiba e em vários países do mundo. “O modelo de BH se assemelharia ao que é praticado em Bogotá, na Colômbia, onde ele é chamado de Transmilenio”. O tipo de veículo, a forma das estações de embarque e outros detalhes do projeto não foram apresentados pela BHTRANS. “Tudo vai depender do projeto que será elaborado. Temos que pensar nas condições de tráfego, na demanda, enfim, somente com o projeto final em mãos, poderemos ter as respostas para as questões levantadas”.

Para o doutor em Planejamento de Transportes e Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Tarso Resende, esse é o primeiro projeto de ônibus em Belo Horizonte que realmente irá contribuir para a melhoria da mobilidade urbana. “Os pontos positivos são o aumento da mobilidade, maior controle de tráfego e mais espaço para os veículos privados. Porém, vejo de forma negativa a burocracia, que pode emperrar a escolha de empresas que realmente façam um trabalho realista, e não megalomaníaco”. O engenheiro Osias Baptista, consultor em Transporte e Trânsito, também elogia o projeto, mas alerta que não se pode ignorar o que será feito quando os ônibus saírem dos corredores e entrarem nos bairros e no Centro de BH. “O veículo a ser utilizado tem que poder operar tanto para o transporte rápido como para o tradicional.”


Fonte: Hoje em Dia, Renato Fonseca, 28/02/2009 e (BHTRANS); imagem: www.curitiba-parana.net.

On level departure and prepaid ticket will decrease travel time. Low investment kind of transport already in use in Bogota and São Paulo may be an alternative in Belo Horizonte.

Another attemptive of releasing chaotic Belo Horizonte's traffic has taken place on friday of 27th february, this year, with a new bidding for making technical studies and executive projects of a new bus rapid transit in Antônio Carlos and Pedro I avenues. This attitude provides a system that would decrease time travel in an exclusive lane. According to this proposal, passengers would pay before departing in stations that would be built. The proposals deadline is april 1st and for winner project formulation, nine months. The expectacy of BHTRANS (Belo Horizonte's Transport and Traffic Enterprise) is that interventions may start in february 2010. Experts write up the initiative but making some reservation.

About 70,000 passengers pass by Antônio Carlos and 40,000 by Pedro I avenues every day. According to BHTrans urban mobility coordination manager, Rogério Carvalho, it will be necessary to adjust present busway that will have a very similar speed to metro's speed. "With new bus stops and stations we are going to allow people to save time in transport." According to him, payment would be done like it is in metro, before departing. Departing would be done on the same level of the bus floor, in order to make it possible, it would be necessary to build platforms that would allow people to going trough the commute without getting up or getting down.

Still according to Carvalho, this system is already in operation in Curitiba and in many countries of the world "BH's version would be very similar to Bogota's one, in Colombia, where it's called Transmilenio." The kind of vehicle, the stations design and other details of the project weren't showed by BHTrans yet. "Everything will depend on the project that will be formulated. We must think about traffic conditions, on demand, this is, only with the final version in our hands we will be able to answer questions listed."

For Paulo Tarso, Doctor in transport planning and logistics of Dom Cabral Foundation, this is the first bus project that will truely help urban mobility in the city. "The positive aspects are the improvement of mobility, better traffic control and more space for private vehicles. However, I see negatively bureaucracy that can obstruct choice on realist businesses that could make a realist service and not a megalomaniac one." The engineer Osias Baptista, transport and traffic consultant, also writes up the project but makes a warning that it's recommended to dissemble what's will be done whith the buses going in and out the busway to and from neighborhoods and downtown BH. "The chosen vehicle ought to be useful both for rapid transit or ordinary service."

Reference: Hoje em Dia, Renato Fonseca, 28/02/2009 and (BHTRANS); image: www.curitiba-parana.net.

3 comentários:

  1. Essa proposta me agrada bastante...barata e relativamente eficiente! Ahh...estou organizando a seção "Blogs amigos" do BH TEMPO e logo irei inseri-lo lá, ok? Abraços!

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  2. A minha preocupação é abandonarem de vez o ônibus piso baixo. Se universalizarem o piso baixo não será necessário transformar os pontos de ônibus em verdadeiras plataformas de embarque e facilitará o acesso a obesos, idosos e portadores mobilidade reduzida como enfermos e deficientes físicos.

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  3. O correto é adotar ônibus de piso alto apenas nos corredores segregados, pois eles servem apenas para embarque em nível. Isso, claro, se a opção for pelos ônibus de piso alto (na verdade, esses ônibus acabam tendo a vantagem de não terem problemas com a diminuição do espaço por causa das rodas). Em pontos comuns, os ônibus têm que ser necessariamente de piso baixo, para acessibilidade dos passageiros com mobilidade reduzida. Ônibus de piso baixo com paradas à esquerda têm que ter portas dos dois lados, o que acaba tirando um pouco do espaço disponível dentro dos ônibus. Mas por outro lado, permite maior flexibilidade na construção dos corredores, com paradas nos canteiros centrais.

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